Chegaram ao Ensino Médio. E agora?

5 Casos de sucesso


💜D. é um autista de baixo desempenho . Chegar ao ensino médio foi consequência de um longo processo de reestruturação  familiar ,que  se estendeu a nível escolar. Filho de pais atuantes na causa autista, sabia no seu íntimo que todas as suas dificuldades seriam percebidas e trabalhadas de alguma forma. Com o tempo e através da parceria do AEE os professores descobriram que D. era alfabetizado, conseguia acompanhar as aulas, mesmo sem interação, e as suas avaliações PRECISAVAM ser adaptadas. Mas como?

👀A. , aluno com Baixa Visão que necessitava de material escrito com fonte que tornasse a sua leitura confortável . Tinha uma leitura de mundo como a de todos os jovens da sua idade: com planos, metas a seguir, encontros amorosos...( e cá entre nós, o que diferencia um aluno cego de um aluno de baixa visão?) 

👂AW ,um deficiente com grande perda  auditiva, fluente em LIBRAS, também faz leitura labial .(Porém não significa que entenda tudo que é falado com ele). Já acostumado em ter material totalmente adaptado na escola anterior, sente dificuldade em estudar sem intérprete, fato que não é bem entendido pelos professores. Afinal, se ele faz leitura labial, pra quê um Intérprete de LIBRAS?

👧G. Ah!...como ela queria ser professora!.. Segundo seu sonho( e suas palavras), seria uma excelente AEE, pois  sabia como ninguém promover a interação entre os alunos de todas as deficiências, era comprometida em ajudar a todos, porém a deficiência intelectual não facilitava as suas sinapses. 

🛹J. totalmente entrosado, autônomo, independente: ia pra escola de transporte público junto com os amigos, sem nenhum comprometimento intelectual ,auditivo ou visual. Era um dos poucos alunos que não frequentava aa Sala de Recursos e nem precisava de ajuda do cuidador.  Era o único aluno que podia andar livremente de skate dentro do espaço escolar. SIM! Como J. não tem os membros superiores e nem inferiores, é uma ótima maneira de se locomover de formar rápida, e poder transitar sem maiores problemas.

S. , uma paraplégica dançarina! Alto senso crítico, fazendo valer os seus direitos de cidadã-aluna. Esquecida pela família em um abrigo do governo, mal sabiam do tesouro que haviam perdido. Que pena!




ACREDITE!  Todos eles concluíram o ensino médio, com professores acolhedores, respeitosos e acima de tudo: profissionais com o intuito de ensinar . Isso envolve acertos, erros e cobranças de ambas as partes.

Mas como?


Através de um planejamento feito em parceria e orientação do AEE, com as adaptações pertinentes a cada perfil e principalmente, com um novo olhar da comunidade escolar sobre esses alunos, sem cobranças exageradas, sem a famosa frase "não fui preparado para" ou simplesmente deixar a atribuição do ensinar ( que é somente do professor) para um profissional de apoio.

A partir do momento em que os professores puderam encarar o desafio de  tê-los em suas turmas a assumir suas fraquezas, o trabalho desenvolvido será muito mais gratificante e menos sufocante para todos.


Então,

"Sempre existe a possibilidade de as pessoas se transformarem, mudarem suas práticas de vida, enxergarem de outros ângulos o mesmo objeto/situação, conseguirem ultrapassar obstáculos que julgam intransponíveis, sentirem-se capazes de realizar o que tanto temiam, serem movidas por novas paixões..."


Faço questão de deixar registrado que todos os casos citados foram verídicos e  para preservar a identidade dos alunos, optei por identificá-los cada um com uma letra.


Phedagogika.mente

Meu nome é Elisabete Miranda de Oliveira. Atuo no magistério há 37 anos, em diferentes níveis e funções. Acredito que o nosso conhecimento deve ser compartilhado ,pois se não for assim, torna-se inútil.

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